Não menos significativo é o poema de Paulo Bomfim, intitulado No Quinto Centenário da Santa Casa de Misericórdia de Lisboa que está na gênese das Beneficências Portuguesas (há uma edição do Centro de Estudos Fernando Pessoa), relacionando o texto com as Casas da Rainha D. Leonor de Portugal.Lembrando essa afinidade, a Real e Benemérita Associação Portuguesa de Beneficência de São Paulo mandou restaurar e colocar um medalhão de mármore, no jardim de entrada da entidade e que tem a seguinte inscrição:
Nossa Senhora da Misericórdia.
Escultura de 1876, restaurada
em 1998, ano do 500º aniversário
de fundação das
Santas Casas de Misericórdia.
Reproduz-se também nesta edição o poema de Paulo Bomfim:
E houve uma Santa Isabel
Semeando rosas no mar.
E um D. Diniz trovador
Transformando seu trovar
Nas flores que o verde pinho
Fez um dia navegar!
E houve naus e houve tormentas
Nos reinos do mar profundo,
E descobertas singrando
O olhar de D. João Segundo!
Senhora Dona Leonor
Coberta de ouro e prata,
De vosso gesto nasceu
A gesta-misericórdia
Em terras de Portugal!
Em vosso real regaço
A pedra da compaixão,
A telha da caridade,
A madeira do socorro
E as argamassas da prece,
Fizeram surgir de agosto
A Santa Casa, asa santa
Subindo aos céus de Lisboa
Na oração de Frei Miguel!
Cinco séculos passaram,
Cinco séculos presentes
Nesse milagre de amor
Que de uma Casa fez tantas
Casas Santas, Santas Casas!
E houve uma Santa Isabel
Semeando rosas aos ventos,
E houve Dona Leonor
Plasmando as Misericórdias
Em seu reino à beira mar!
E essas rosas e essas bênçãos
Hoje são alma e são corpo:
- Santa Casa de São Paulo,
Misericordiosamente,
Santa Casa do Brasil!
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