quarta-feira, 27 de agosto de 2008

O PRESIDENTE LULA QUER MUDAR CONCESSÕES PETROLÍFERAS

“Não podemos deixar o petróleo na mão de meia dúzia de empresas”, declarou há dias o Presidente Luis Inácio Lula da Silva, num discurso proferido na sede da União Nacional dos Estudantes, incitando-os a defender a campanha de que “o petróleo não é da Petrobrás, mas do povo”.
As reacções foram de condenação, por parte doa accionistas nacionais e estrangeiros, sendo imprevisível avaliar as consequências, enquanto o povo continua sem saber quem é que, na prática, poderá gerenciar as fontes brasileiras de petróleo e gás. O que se pode admitir é que, se a ´proposta for realizada, muitas coisas devem mudar na exploração petrolífera do País, que poderá tornar-se, daqui a 4 ou 5 anos cada vez mais influente na OPEP ou fora dela.
Sabe-se que a confirmação de uma gigantesca bacia de petróleo e gás, há poucos meses, no litoral do Brasil, mudará os destinos da economia, e até mesmo os rumos políticos do País. Há mil e uma versões em torno das dimensões da jazida. Mas ninguém duvida da importância que terá, bastando dizer que as informações divulgadas acerca da produção do óleo que deve ser extraído de Tupi, nas proximidades da cidade paulista de Santos, foi já calculada em 6 biliões de barris. cujo valor é incalculável, nesta época em que o seu custo mais do que duplicou, nos últimos meses.

Quem tem medo da”Petrobrás”?

A concessionária do petróleo e gás, apesar de estatal, desperta receios de todos os lados e alguns “amigos da onça” lembram que certos dirigentes da estatal PDVSA foram acusados de participar do golpe contra Hugo Chávez, em 2002... Embora a maioria das acções da “Petrobrás” esteja sob o controlo do Estado, assinala-se que também há accionistas particulares (brasileiros e estrangeiros) e a possibilidade de entregar novas concessões à que já tem bastantes poderia torná-la, financeiramente, em um Estado dentro do Estado.
Daí, a pretensão do Presidente Lula de entregar a uma nova estatal a concessão das zonas petrolíferas descobertas daqui para a frente. É evidente, que os accionistas “´privados” já começaram a reagir, observando que o Brasil precisa de investimen-
tos externos para a extracção (o que é inquestionável), tanto mais que as mudanças nas leis podem prejudicar a rentabilidade das novas descobertas. E as reacções já co-
mecaram: a AIE (Agência Internacional de Energia) criticou os projectos de Lula.

Mudanças com objectivos idênticos foram adoptadas na Rússia, na Venezuela e no Irã e na Bolívia. Quanto aos argumentos do presidente do Brasil são justificados
pela necessidade de oferecer ao povo o seu petróleo, cujos rendimentos serão
aplicados na educação. E sustenta que o petróleo não é da “Petrobrás” mas da Nação, salientando que serão mantidos os “blocos já leiloados e respeitados os contratados”. Esclarece o jornal O Estado de S. Paulo que o grande bloco petrolífero Tupi está dividido entre a empresa estatal brasileira (65%), a BG inglesa (25%) e a Galp de Portugal, cabendo à última os restantes 10%.

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