Depois do artigo sobre o Museu da Imprensa Regional e das Comunidades de Língua Portuguesa (23-12-2010), pretendemos acrescentar outros comentários em torno da História da Imprensa de Arganil, a partir do que escreveu o dr. A.J.de Vasconcelos, pioneiro do regionalismo da Beira Serra e um dos principais doutrinadores do Movimento.
No texto que publicou no Livro de Ouro do XXV aniversário da Casa da Comarca de Arganil, em 1954, está uma extensa lista da Imprensa de Arganil, Góis e Pampilhosa da Serra: o total é de 24 títulos, mas temos de considerar que nem todos são periódicos, pois vários deles foram números únicos, como são os casos do “Fraternidade” (1888), “Manhãs Dominicais” (1911), “O Regedor” (1914) e “A Voz dos Rouxinóis” (1946) – é claro que nos referimos tão somente aos arganilenses.
De outro lado, incluímos 2 suplementos infantis de “A Comarca”: “O Jornalito”, porque teve 6 edições, e “O Bebé“, dirigido pelo jornalista Luís Ferreira. No estudo que apresentou na revista “Arganilia” (2006) esclarece Regina Anacleto (da Universidade de Coimbra) que “O Jornalito” foi uma brincadeira do pai da “directora” (que era menor), mas “O Bebé” foi dirigido por um jornalista profissional” que trabalhava no jornal lisboeta “O Século” e que depois se tornou um dos mais assíduos redactores de “A Comarca” : enquanto o primeiro suplemento foi efêmero, “O Bebé” durou de 1-1-1930 até 23-12-1932. Não obstante, o mais duradouro dos suplementos infanto-juvenis da centenária “Comarca” foi “A Comarquinha”, que tivemos o prazer de coordenar no decurso de 16 anos, desde 3 de Janeiro de 1991 até 3 de Dezembro de 2008, completando 216 edições mensais.
Voltamos a falar do Livro de Ouro da Casa da Comarca de Arganil para recordar que se tratou de um projecto do Dr. Álvaro Marques Afonso, que o dirigiu após deixar a presidência da instituição. E um dos seus mais próximos colaboradores foi o Dr. Armando José de Vasconcelos Carvalho, o mais entusiasta regionalista que conhecemos de perto. Aliás, o volume deve ser considerado a mais genuína “Bíblia” do Regionalismo da Beira-Serra, pois reuniu alguns dos destacados cultores do Movimento que lutou pelo progresso material e cultural da Beira.
Antes de concluir o nosso segundo artigo acerca da Imprensa de Arganil (quem se habilita a fazer o historial do jornalismo goiense, pampilhosense e dos outros municípios beirões – pelo menos o dos que ficam no lado de cá da Serra de Estrela, é necessário relembrar a iniciativa da revista cultural “Arganilia” (tão injustamente atacada por quem nada fez pela nossa Terra). Referimo-nos, evidentemente, ao Colóquio da Imprensa, realizado em Lisboa, que contou não somente com a nossa colaboração, mas também com os depoimentos de Monsenhor A. Nunes Pereira, Regina Anacleto, José Caldeira, António Ramos de Almeida, Aníbal Pacheco, Lina Maria Alves Madeira, Teodoro Antunes Mendes, J. E. Mendes Ferrão, António Lopes Machado, Beatriz Alcântara, Cáceres Monteiro e Fernando Correia da Silva.
Entre as conclusões do I Colóquio da Imprensa da Beira Serra, ressalta-se o propósito de promover em 1991 o II Encontro, durante o qual poderiam ser ampliados os temas da imprensa e outros que abordassem igualmente as questões em aberto do Movimento Regionalista e os de História, Literatura, Folclore e Artesanato, Música, Arquitectura e Artes Plásticas, Economia, etc. Por não se ter concretizado o II Colóquio, quem assume - agora - o desafio?
Na realidade, nem sequer se esgotou o tema da Imprensa, actualizado com a restauração de “A Comarca de Arganil”. Quanto a nós, retomaremos o assunto, comentando as publicações periódicas:
- O Trovão da Beira (1871)
- Folha Verde (1890)
- A Comarca de Arganil (1901)
- O Franco Liberal (1905)
- Jornal de Arganil (1913)
- O Crítico (1914)
- Correio de Arganil (1915)
- O Celavisense (1916)
- O Celavisense (1920),
- O Crítico (1921)
- O Crítico (1922)
- Jornal de Arganil (1926)
- Acção ao Regional (1931)
- Arganilia (revista cultural da Beira Serra)
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