Entre os livros que tivemos a oportunidade de ler ou pelo menos consulsar durante as últimas férias em Portugal, devemos salientar os que mais nos despertaram a atenção, embora sem espírito crítico, ainda que possamos fazê-lo mais tarde. Aliás, não há críticos literários, como antigamente...
Por agora, limitamo-nos a alguns comentários breves, pois os jornais diário, salvo raras excepções, não vão muito além das notas simples dos editores, que resumem os livros, bem pouco adiantando sobre as obras, a não ser quando se trata do nobelizado Saramago onpsu de um ou outro amigo. É certo que se perderam anos demais com os cortes parciais ou totais dos censores que nada tinham a ver com o que acontecia em Portugal e no Mundo.
É verdade que se multiplicaram os caminhos de acesso: podemos comprar sem medo qualquer jornal ou livro e ninguém nos o acesso a outras vias, nomeadamente através da Internet, apesar das falsidades que transmite sem interrupção. Mas que fazer senão aceitar o novo mundo em rodagem - até onde e até quando? Pois temos de o enfrentar, com os seus milhões de erros, porque tudo vale a pena se a alma não é pequena.
E por aí começamos, abrindo a Fotobiografia de Fernando Pessoa, desta vez com os olhos de Richard Zenith, um pessoano já confirmado em livros anteriores (a primeira Fotobiografia foi de Maria Jo sé de Lancastre, cujo pioneirismo resiste aos anos, desde 1981 e que continua ser exemplar). O norte-americano Zenith percorreu outras rotas, tentando redefinir o Homem e o seu intimismo com Lisboa (“seu lar”), o tropicalismo que descobriu em Durban e as reacções que o contrariaram em Portugal, o vivenciador do Modernismo, com os seus companheiros orfeicos, o caminhante das ruas alfacinhas, o espírito lusíada da visão imperial, o Desassossego dos poetas sonhadores e a entrada na Eternidade de onde nunca mais sairá.
Assim o confirma a Mensagem relida há meses por José Sinde Filipe e musicada por Laurent Filipe ou a outra “mensagem à beira-mágoa”, revisitada (mais do que uma segunda vez?) por José Campos e Sousa. Assim, tudo vale a pena, sem as provocações confusas e culturalmente falsas dos “marketistas” que se fazem passar por génios da Literatura. De resto, Lisboa e seus mais longínquos arredores estão cheios dos copiadores da poesia, da política.
Menos do que seria necessário, as livrarias apresentam vários estudos sérios em torno daquele que foi – é e será – “o Imperador da Língua Portuguesa” e eles voltaremos quando acabarmos de ler O Santo Condestável D. Nuno Álvares Pereira (da autoria de José Carvalho), e da Vida e Obra de Dom Nuno Álvares Pereira (da escritora inglesa G. Leslie Baker). Entretanto, o grande herói de Portugal, que tanto interesse despertou ao historiador Oliveira Martins), merece a atenção dos nossos ensaístas contemporâneos.
Ê claro que outros livros de História, Artes e Letras Portuguesas foram editados recentemente e exigem a nossa atenção – e alguns deles mencionaremos, quando for possível. Entretanto, procurámos com insistência obras dos autores da Província (com relevo para a Beira-Serra), mas não pudemos ir muito além do Livro Comemorativo do 75º. Aniversário da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários Argus (de A.C. Quaresma Ventura e de Regina Anacleto). Não obstante, há um registro significativo que desde já se impõe - o da excelente monografia sobre Tabua / História, Arte e Memória, de Marco Daniel Duarte, editado pela Câmara Municipal de Tábua, com 657 págs. 2009 e boa apresentação gráfica. Por isso, voltaremos ao tema.
(*) Os últimos livros de João Alvas das Neves foram o Dicionário de Autores da Beira-Serr (Ed. Dinalivro, Lisboa, 2008) e Fernando Pessoa, Salazar e o Estado Novo (ed. Fabricando Idéias, S]ao Paulo. 2009)
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