quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Peço a palavra: O INESPERADO FIM DO ANO DE 2009, QUE VIVI HOSPITAL DE SÃO JOAQUIM, EM SÃO PAULO

1- Talvez vez seja oportuno lembrar que, após um ataque de tosse, pode vir outro – e foi o que me aconteceu. Depois do primeiro, vieram muitos, embora ao chegar ao pronto-socorro do grande hospital da Beneficência Portuguesa esperasse achar depressa a mezinha salvadora e voltar para casa, antes que os meus filhos e netos fossem cumprir os programas que haviam feito para a noite de 31 de Dezembro. Mas não foi assim e eu e a minha Mulher ficámos num apartamento hospitalar confortável e em segurança.

Afinal, a broncopneumonia foi eficazmente combatida, mas não sem afetar outros órgãos, entre os quais o coração, a garganta e sei lá mais o quê e somente após 36 dias pude regressar a casa – espero que por bastante tempo! Sentia-me protegido, no hospital São Joaquim (a Beneficência Portuguesa de São Paulo inaugurou há meses as novas instalações do São José (que fica do outro lado da rua), moderníssimo (aliás, ambos estão super-equipadíssimos, dispondo de mais de 60 salas de cirurgia e de quase 2.000 leitos), contando com a assistência de cerca de 1.500 médicos e vários milhares de enfermeiro(a)s - no total, são perto de 5.000 os funcionários: admito que o conjunto hospitalar luso-paulista é não só o maior do Brasil mas também do vasto Mundo Português.

Aqueles que ainda não puderam avaliar o esforço da emigração portuguesa têm na Real e Benemérita Associação Portuguesa de Beneficência Portuguesa de Beneficência de São Paulo, fundada em 2 de Outubro de 1859, o exemplo da fé inquebrantável da Diáspora Lusíada, cujos representantes dispersos pelos 5 Continentes dignificam a Pátria distante e os países onde se radicam. Os emigrantes portugueses valem pelo que constroem!

2- Sim, quando temos dores, as noites custam a passar. E sem dores também custam: o silêncio não é apenas de ouro. A semi-sonolência levou-me com freqüência à aldéia natal e a toda a Beira-Serra, aos familiares e amigos, a Lisboa e a São Paulo (onde, afinal, eu me encontrava). E as pessoas vivas e mortas dialogavam comigo – lá em frente, eu via os soutos (que já desapareceram), as oliveiras e os meus amigos de outrora. E eu renascia! Sonho? Talvez, mas era o passado que se confundia com o presente, era o meu Pisão restaurado, após a grande luta que a gente da minha terra travou pelo progresso comunitário. E, entre os felizes minutos revividos, algumas mágoas e incompreensões dos que não me conhecem. Haja o que houver, valeu a pena!

3- Já estou outra vez na luta, mas, antes de concluir, quero agradecer aos amigos que me contactaram e desejaram “boa saúde”!

2 comentários:

josecadeco disse...

Um feliz 2010 com muita saúde.

Anônimo disse...

Desculpe, mas só hoje tive conhecimento do seu internamento. Agora, que tudo já passou, mando o meu abraço.

Joaquim Miranda