Os textos de Fernando Pessoa sobre economia foram escritos, quase todos, em 1926, quando o poeta fundou e editou a Revista de Comércio e Contabilidade. Esses textos reapareceram depois nos volumes Fernando Pessoa/textos para dirigentes de empresas, de 1969, organizados por seu primo Eduardo Freitas da Costa, em Lisboa; Sociologia do comércio, organizado por Petrus; e Fernando Pessoa, o comércio e a publicidade, organização de Antônio Mega Ferreira, de 1986. Cremos que a última e mais ampla edição dos referidos textos foi a que fizemos em 1992 sob o título de Fernando Pessoa: estatização, monopólio, liberdade e outros estudos sobre economia e administração de empresas, da qual se fez nova publicação em Lisboa, pela Universitária Editora, em 2004.
Entretanto, a fortuna crítica dos estudos econômicos de Fernando Pessoa assume postura autorizada com esta nova coletânea, que faz uma interpretação competente e original dos conceitos pessoanos em torno dos temas "Estatização, monopólio, liberdade", "A evolução do comércio", "Contra as algemas do comércio", "A essência do comércio", "Projetos de concentração industrial", "Organizar", "Quando a lei estimula a corrupção", "Os preceitos práticos de Henry Ford", "As regras de vida" e "Conceitos e preconceitos".
Em resumo, diremos que dispomos agora de uma visão crítica dos estudos econômicos de quem se julgava que fosse apenas Poeta. Quer dizer, doravante, ficamos rigorosamente bem informados, apesar dos cerca de 70 anos sobre os textos de Pessoa, que assume novas dimensões, a par das literárias. E o que ocorre com a Economia acontecerá também com a visão do escritor português sobre Política, Ocultismo e outros temas por ele sugeridos, nas múltiplas facetas de Alberto Caieiro, Ricardo Reis, Álvaro de Campos, Bernardo Soares e Raphael Baldaya, além de outros heterônimos de menor dimensão, mas que enriquecem ainda mais o escritor ortônimo Fernando António Nogueira Pessoa.
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