sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

MACAU: AGRAVA-SE A SITUAÇÃO ECONOMICO-FINANCEIRA


As mudanças políticas, por mais moderadas que pareçam, têm afectado a situação econômico-social de Macau, porque afugentaram os turistas e dificultaram também as exportações. Seria talvez uma fase de transição, se entretanto não ocorresse a gravíssima crise que o mundo hoje enfrenta.

A economia macaense tinha progredido bastante, nas últimas décadas, graças sem dúvida ao turismo proveniente das enormes receitas do jogo que foi devidamente regulamentado durante longos anos e à indústria que se dispersava por numerosas pequenas empresas, abastecendo o mercado local e exportando para vários países. As novas leis do jogo estariam conformes ao mercado livre, tal como faz hoje, de resto, a política econômica de Pequim.

Admite-se que Macau não estivesse em condições de alterar tudo de alto a baixo. Diga-se que não terá sido modificado radicalmente o sistema político, embora deva ponderar-se que os eventuais contestadores se tornaram mais cuidadosos. Porém, foram autorizados novos casinos, entre os quais se apontam 3 grupos: o Winin Resort Macau (que investiu US$ 1,3 biliões), o Venetian Macao (US2,6 biliões) e o Sheldon Anderson (dono do Las Vegas Sands). Diz-se que o Venetian ergueu o maior hotel de luxo do mundo (com 3 mil “suítes”)!
Baixou a afluência nos imponentes hotéis-casinos, apesar dos grandes descontos. E as casas de jogo menos caras vêem cada vez menos apostadores, por causa das restrições: os cidadãos chineses só podem visitar Macau de 3 em 3 meses e permanecer até 7 dias - em Outubro de 1966 estiveram na antiga colônia lusa 470 mil chineses e no Outubro de 1967 viajaram menos 30% ... e deste modo se explica que as receitas (que somaram US$7 biliões – mais que Las Vegas!) continuam a baixar de ano para ano... isto porque, apesar das punições, o chinês gosta de jogar!

O pequeno apostador está rareando e os super-milionários evitam arriscar-se. O golpe sofrido por Stanley Hoo foi enorme e atingiu outros sectores para alem do jogo - ele era o único autorizado explorá-lo –, depois da com a dos novos casinos: é o fim da opulência financeira de Macau? Pelo menos, pode ser o princípio... Já chegou o fantasma do desemprego: a região conta mais de 10 mil sem trabalho, na construção civil – 4 mil em Hong –Kong, 2 mil em Macau e outros 4 mil nas cidades chinesas próximas.

O jornal The Washington Post, em artigo recente de Maureen Fan explica que são milhares os funcionários demitidos pelos casinos e, relativamente a Macau, outros sectores industriais e comerciais sofrem cada vez mais com a queda de vendas – e com mais desempregados!

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