A crise econômica mundial tem uma danosa repercussão nos meios da comunicação social, quer na chamada “grande Imprensa”, quer nos jornais, emissoras de rádio e televisão da Província e da Emigração.
No que se refere à Imprensa Regional e à de Emigração, sempre tão próximas, assinalaremos que os governos de ontem e de hoje nunca respeitaram nem uma nem a outra. Dizêmo-lo sem partidarismo político (porque não temos nenhum), mas com o realismo que nos assiste. Ninguém pode aceitar o magérrimo apoio ao porte pago e muito menos as fabulosas verbas atribuídas às emissões radiofônicas e televisas para as ex-colónias portuguesas. Não somos colonialistas. E vivemos no país que se tornou independente em 1822. Porém, teremos de ponderar que a informação prestada pela antiga Metrópole aos luso-brasileiros deve pesar muitíssimo menos que a proporcionada aos países emancipados após 1974... (Ou será isto mais uma parcela da “descolonização exemplar”, que obrigou mais de meio milhão de portugueses a “reemigrar” de Angola e de Moçambique e regressar à casa paterna?)
Repetimos o que disse o Poeta da Mensagem numa das suas autobiografias: “Não sou reaccionário”, mas isso não nos impedirá de escrever o que pensamos – ou a censura ditatorial continua sob novas formas? E é hora de proclamar que são numerosos os que fingem ser democratas quando, na verdade, passaram a ser, agora, neo-fascistas, porque acusam de reaccionarismo os que deles discordam!
Sim, os Provincianos e os Emigrados já estão cansados dos “neo-democratas” que no passado defenderam a censura, graças à qual comeram no prato onde hoje cospem...Nós respeitamos as tradições lusíadas provincianistas e da gente da Diáspora. Na voz de Camões, Portugal “deu novos mundos ao Mundo”, e Fernando Pessoa completou: “Minha Pátria é a Língua Portuguesa”.
Há políticos espertos, porém ignorantes – ainda não sabem que mais de um terço dos portugueses emigraram e os seus direitos eleitorais estão reduzidos a... 4 deputados! E que há políticos sem vergonha que tentaram suprimir o voto por correspondência dos emigrantes, adoptado pelos Estados Unidos França e outros países democráticos. Aliás, a informação que chega a esse terço de portugueses expatriados é insuficiente, assim como a da programação da RDP e da RTPI – e quantos serão aqueles que têm condições de acompanhar os noticiários?
Irmã gêmea da Imprensa Regional, a Imprensa dos Emigrantes serve os 3 ou 4 milhões da Diáspora, que não podem ler a “grande Imprensa” (que já foi maior) e que só em parte acompanha a RDP ou a RTPI? Ou haverá pesquisas secretas de opinião publica sobre radiouvintes ou telespectadores?
Gostaríamos de ter uma explicação do Provedor da RTP, que tão diligentemente costuma esclarecer as dúvidas dos telespectadores.
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