sábado, 14 de fevereiro de 2009

TEMPO DE BLOGS

AÇÃO CULTURAL
Depois do Colóquio realizado no Memorial da América Latina, em São Paulo, (Abril de 2008), sob a coordenação do Centro de Estudos Fernando Pessoa, e que culminou com o Congresso Internacional do IV Centenário do Padre-escritor António Vieira (Novembro, em Lisboa), as manifestações vieirinas prosseguem em Portugal e no Brasil.
Entretanto, deve assinalar-se a publicaçãodo volume Padre Antonio Vieira/Acervo do Real Gabinete Português de Leitura (Rio de Janeiro, 2008), organizado por Luiz Filipe Baeta Neves, que observa: “No rico acervo vieiriano do Real Gabinete Português de Leitura a ideia de multiplicidade fica evidente. A obra escrita de Vieira aponta para uma impressionante produtividade que se espraia pelos motivos mais diversos da contingência da vida humana e de sua transcendência.”
Para esta edição extraordinária foram arrolados 97 impressos, tendo sido selecionadas as imagens das obras mais antigas, a primeira das quais é a A Arte de Furtar de 1652, atribuída ao Pe. Vieira. E a última é uma edição do Sermão de Santo António, publicada em Coimbra no ano de 2004, devendo referir-se, por fim, 3 Códices da Clavis Prophetarum e diversos textos sebastianistas de Vieira. A edição é sóbria, utilíssima para os Vieirianos e de bom gosto.
Anota-se igualmente a edição do volume Padre António Vieira/Sermão de Nossa Senhora do Rosário (Esoterismo e Iniciação”), com introdução e desenhos de Severino (Campo das Letras, Porto, 2007). Lamenta o estudioso que ”talvez a hipervalorização da componente teológica nos escritor de António Vieira seja a razão do deficiente estudo e fraca divulgação da sua obra e impedimento para quem o lê ver mais fundo. É um erro.” E Severino acentua que “a maior parte da sua obra (de Vieira, é claro) é praticamente ignorada.”

ESTUDOS PESSOANOS

Com o simples título de Fernando Pessoa, o ator José Sinde Filipe e o musicista Laurent Filipe lançaram um CD muito original: o ator disse 28 poemas e Laurent musicou-os. A receptividade foi tão positiva que “Dinalivro” (de Lisboa) deverá relançar em breve a 2ª edição.
Sinde Filipe tem-se dedicado ao teatro, ao cinema e à televisão, tendo estudado na França e atuado no Brasil e em Portugal. Esteve ligado a vários grupos teatrais nos dois países, onde já lançou outros discos pessoanos - ninguém melhor do que um ator para interpretar Fernando Pessoa – opinou Teresa Rita Lopes, pesquisadora e ensaísta do poeta da Mensagem: “Ninguém melhor do que Sinde Filipe. Não só porque o faz há muito tempo, mas também porque sabe ser convenientemente teatral para dar ao texto o relevo o relevo que tem. E também porque interpreta de forma excelente todas as suas íntimas vibrações.”
Quanto a Laurent Filipe (português que nasceu em São Paulo, estudou música nos Estados Unidos, é trompetista e compositor), tem-se apresentado não só em Portugal mas também na Espanha e em outros países – “o trabalho do músico abrange ‘territórios’ que vão do jazz à música ‘contemporânea’, nos quais o valor da palavra é elemento essencial”.
Com o título de Fernando Pessoa/Quando fui outro, o escritor Luiz Ruffato organizou uma curiosa antologia de textos pessoanos, que inclui uma apresentação sobre o autor português, de quem reproduz a seguir dezenas de poemas e textos em prosa, mas sem os identificar, embora no final do volume indique a bibliografia. O conjunto é válido para os que já conhecem a obra do criador dos heterônimos, mas os não-iniciados dificilmente identificarão os textos. (Editora Objetiva, Rio de Janeiro).
O escritor João Alves das Neves está concluindo a última parte do prefácio de Fernando Pessoa, Salazar e o Estado Novo, volume em que reuniu poemas e prosas do escritor português. Trata-se de textos que não constam das chamadas obras completas e que estão dispersos por jornais, revistas e raros livros, desconhecidos do grande público. O obra está pronta e o autor (que já publicou 6 volumes sobre Pessoa) projecta fazer uma edição no Brasil e outra em Portugal.

LIVROS & AUTORES
Nas próximas edições deste blog, comentaremos os seguintes volumes:
- Retratos Falhados, de Dalila Teles Velhas (ed. Escrituras, col. Ponte Velha, SP - Cantochão Todavia, de Maria de Lourdes Hortas, ed. S. Vicente da Beira
- 1807/1926 - Relação dos Livros publicados no período Joanino, pertencentes à Biblioteca do Real Gabinete Português de Leitura, 2008, RJ
- Quando a política refuta e a genealogia comprova Brandões de Pombeiro e Brandões de Midões, de José Caldeira, Ed. “Raízes & Memórias, Lisboa
- A Freguesia de Unhais-o-Velho, de Aníbal Pacheco, 2008
- Memórias da Freguesia de Coja na 1ª. gágina de “A Comarca de Arganil” (1901-1950) e A Irmandade das Almas da Freguezia da Villa de Coja - por Nuno Mata, 2007

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