A primeira grande emigração portuguesa foi a do Brasil, conforme testemunham cerca de 200 entidades reunidas sob a bandeira da Federação das Associações Portuguesas Luso-Brasileiras, fundada em 14 de Agosto de 1931. E talvez sejam mais, pois admitimos a hipótese de algumas não se terem ainda federado.
É um cenário único no mundo do nosso idioma espalhado pelos cinco Continentes, pois se trata de agremiações bem estruturadas, em boa parte, com edifícios próprios, há longa data , como é o caso do Real Gabinete Português de Leitura, cujos alicerces vêm desde 14 de Maio de 1837 ou da Real e Benemérita Sociedade Portuguesa de Beneficência (17/05/1840); da Real e Benemérita Sociedade Portuguesa Caixa de Socorros D. Pedro V (31/05/1863); do Liceu Literário Português (10/09/1868; do R.S. Club Ginástico Português (31/10/1868); da Associação Beneficente Luso-Brasileira (10/06/1880) e do Club de Regatas Vasco da Gama (31/08/1898).
Vieram as 7 associações após o pioneirismo da Venerável Ordem Terceira de S. Francisco da Penitência, que foi criada há 390 anos, no dia 20 de Março de 1619! E apareceram, a seguir, a Venerável e Arquiepiscopal Ordem Nossa Senhora do Monte e do Carmo (19/07/1648) e a Venerável Irmandade do SS. Sacramento Santo António dos Pobres e Nossa Senhora dos Prazeres (15/08/1807). São 10 instituições religiosas, é certo, mas às quais os portugueses continuam ligados por devoção e patriotismo.
Todas são do Rio de Janeiro e a sua fundação é obra da Diáspora Lusíada, ontem e hoje, iniciada desde a Colonização, da qual os Portugueses só podem orgulhar-se, pois o espírito e a realização ficaram para sempre ligados à Civilização Cristã. E a esta dezena de instituições verdadeiramente humanitárias devemos acrescentar outras 31 na antiga capital brasileira, abertas para a assistência médico-hospitalar e social, cultural ou desportiva, como é o caso extraordinário do Real Gabinete Português de Leitura, que, para lá das exposições históricas e artísticas, cursos e conferências, abre a sua magnífica Biblioteca – com centenas de milhares de livros - ao povo simples e aos investigadores e ensaístas, portugueses, brasileiros e de outras origens. E em várias cidades do mesmo Estado funcionam mais 12 associações luso-brasileiras, entre as quais destacamos as duas já centenárias – a Sociedade Portuguesa de Beneficência de Campos, fundada em 10 de Janeiro de 1852 na cidade homônima, e a Real Sociedade Portuguesa de Petrópolis, que data de 24 de Setembro de 1875.
É necessário enumerar outras prestimosas associações luso-brasileiras: no Estado de Alagoas há 2 e no de Amazonas outras 2 (incluindo a Real e Benemérita Sociedade Portuguesa de Beneficente do Amazonas, fundada em 31/10/1873). As mais antigas do Estado da Bahia são o Gabinete Português de Leitura (02/03/1863) e a Real Sociedade Portuguesa de Beneficência 16 de Setembro (01/01/1857). No Estado do Ceará refere-se a Sociedade Beneficente Portuguesa (02/02/1872) e no Maranhão a Sociedade Humanitária 1º. de Dezembro (1/12/1862). Na cidade de Corumbá (Mato Grosso) actua a Sociedade Portuguesa de Beneficência 1º. de Dezembro (21-02/1892) e em Minas Gerais existe a Sociedade Portuguesa (01/12/1891). No Pará, indicam-se a Associação Vasco da Gama (20/05/1898), a Benemérita Sociedade Portuguesa Beneficente (08/10/1854), o Grêmio Literário e Recreativo Português (29/09/1867). Em Curitiba, capital do Paraná, salientam-se a Sociedade Portuguesa Beneficente 1º. Dezembro (10/11/1878) e na capital pernambucana o Real Hospital Português de Beneficência (16/09/1850), ao passo que no Estado do Rio Grande do Sul se relevam as actividades da Sociedade Portuguesa de Beneficência (Bagé, 27/11/1870), a Sociedade Portuguesa de Beneficência (Pelotas, 16/09/1857) e a Sociedade Portuguesa de Beneficência (Porto Alegre, 26/02/1854) e, na cidade de Rio Grande, a Sociedade Portuguesa de Beneficência, instituída em 03/07/1859).
Nos últimos anos, têm sido escassos os estudos sobre a Diáspora Portuguesa no Brasil e é pena que não haja estímulos para historiadores, sociólogos, ficcionistas e poetas ou jornalistas que possam continuar (a seu modo) as obras de João Lúcio de Azevedo, Jaime Cortesão, Fidelino de Figueiredo, Ferreira de Castro, Miguel Torga e de outros autores que tanto prestigiaram a Cultura Portuguesa no Brasil. Por isso, julgamos oportuna a citação do notável estudo de Maria Beatriz Rocha-Trindade (da Universidade Aberta de Lisboa), Portugal-Brasil (Migrações e Migrantes – 1850-1930 (Edições Inapa, Lisboa, 2000).
Que ninguém pergunte se a obra valeu a pena!
É um cenário único no mundo do nosso idioma espalhado pelos cinco Continentes, pois se trata de agremiações bem estruturadas, em boa parte, com edifícios próprios, há longa data , como é o caso do Real Gabinete Português de Leitura, cujos alicerces vêm desde 14 de Maio de 1837 ou da Real e Benemérita Sociedade Portuguesa de Beneficência (17/05/1840); da Real e Benemérita Sociedade Portuguesa Caixa de Socorros D. Pedro V (31/05/1863); do Liceu Literário Português (10/09/1868; do R.S. Club Ginástico Português (31/10/1868); da Associação Beneficente Luso-Brasileira (10/06/1880) e do Club de Regatas Vasco da Gama (31/08/1898).
Vieram as 7 associações após o pioneirismo da Venerável Ordem Terceira de S. Francisco da Penitência, que foi criada há 390 anos, no dia 20 de Março de 1619! E apareceram, a seguir, a Venerável e Arquiepiscopal Ordem Nossa Senhora do Monte e do Carmo (19/07/1648) e a Venerável Irmandade do SS. Sacramento Santo António dos Pobres e Nossa Senhora dos Prazeres (15/08/1807). São 10 instituições religiosas, é certo, mas às quais os portugueses continuam ligados por devoção e patriotismo.
Todas são do Rio de Janeiro e a sua fundação é obra da Diáspora Lusíada, ontem e hoje, iniciada desde a Colonização, da qual os Portugueses só podem orgulhar-se, pois o espírito e a realização ficaram para sempre ligados à Civilização Cristã. E a esta dezena de instituições verdadeiramente humanitárias devemos acrescentar outras 31 na antiga capital brasileira, abertas para a assistência médico-hospitalar e social, cultural ou desportiva, como é o caso extraordinário do Real Gabinete Português de Leitura, que, para lá das exposições históricas e artísticas, cursos e conferências, abre a sua magnífica Biblioteca – com centenas de milhares de livros - ao povo simples e aos investigadores e ensaístas, portugueses, brasileiros e de outras origens. E em várias cidades do mesmo Estado funcionam mais 12 associações luso-brasileiras, entre as quais destacamos as duas já centenárias – a Sociedade Portuguesa de Beneficência de Campos, fundada em 10 de Janeiro de 1852 na cidade homônima, e a Real Sociedade Portuguesa de Petrópolis, que data de 24 de Setembro de 1875.
Se atendermos ao número de entidades, vem a seguir o Estado de São Paulo com 38 agremiações, a mais antiga das quais comemorará 150 anos em 2 de Outubro de 2009 - é a Real e Benemérita Associação Portuguesa de Beneficência – que dispõe actualmente do maior hospital particular do Brasil, com perto de 2.000 leitos e uma equipe de cerca de 1.500 médicos e 50 salas de cirurgia (na realidade, atende em 6 edificios, nos dois hospitais interligados – o de São Joaquim e o de São José. E, entre as mais antigas associações luso-paulistas, apontam-se igualmente a Real Sociedade Portuguesa de Beneficência de Campinas (20-07-1873), o Real Centro Português de Santos (03/03-11/1895) e, ainda nesta cidade, assinala-se a Sociedade Portuguesa de Beneficência (21/08/1859). Os portugueses fundaram também na cidade de São Paulo a Associação Auxiliadora das Classes Laboriosas (24/06/189) e a Sociedade Portuguesa Beneficente Vasco da Gama (20/05/1898), que construiu e mantém um hospital (mencionamos apenas as centenárias).
É necessário enumerar outras prestimosas associações luso-brasileiras: no Estado de Alagoas há 2 e no de Amazonas outras 2 (incluindo a Real e Benemérita Sociedade Portuguesa de Beneficente do Amazonas, fundada em 31/10/1873). As mais antigas do Estado da Bahia são o Gabinete Português de Leitura (02/03/1863) e a Real Sociedade Portuguesa de Beneficência 16 de Setembro (01/01/1857). No Estado do Ceará refere-se a Sociedade Beneficente Portuguesa (02/02/1872) e no Maranhão a Sociedade Humanitária 1º. de Dezembro (1/12/1862). Na cidade de Corumbá (Mato Grosso) actua a Sociedade Portuguesa de Beneficência 1º. de Dezembro (21-02/1892) e em Minas Gerais existe a Sociedade Portuguesa (01/12/1891). No Pará, indicam-se a Associação Vasco da Gama (20/05/1898), a Benemérita Sociedade Portuguesa Beneficente (08/10/1854), o Grêmio Literário e Recreativo Português (29/09/1867). Em Curitiba, capital do Paraná, salientam-se a Sociedade Portuguesa Beneficente 1º. Dezembro (10/11/1878) e na capital pernambucana o Real Hospital Português de Beneficência (16/09/1850), ao passo que no Estado do Rio Grande do Sul se relevam as actividades da Sociedade Portuguesa de Beneficência (Bagé, 27/11/1870), a Sociedade Portuguesa de Beneficência (Pelotas, 16/09/1857) e a Sociedade Portuguesa de Beneficência (Porto Alegre, 26/02/1854) e, na cidade de Rio Grande, a Sociedade Portuguesa de Beneficência, instituída em 03/07/1859).
Na impossibilidade de enumerar, embora resumidamente, as associações luso-brasileiras que surgiram já no século XX – e várias delas promovem manifestações muito válidas, não podemos omitir que, a par das enunciadas, outras actuam nos Estados de Alagoas, Rio Grande do Norte e no Distrito Federal (Brasília). Podemos concluir acentuando que as Beneficências Portuguesas e outras entidades médicas, hospitalares, assistenciais ou recreativas e culturais prosseguem, de certo modo, a missão que foi inicialmente cumprida pelas Santas Casas de Misericórdia, fundadas pelos emigrados lusíadas no Brasil.
E, ainda no capítulo associativo, há que revelar os esforços colectivos dos 15 Conselhos Luso-Brasileiros dos Estados de Amazonas, Bahia, Ceará, Distrito Federal (Brasília), Maranhão, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Paraná (2), Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro, Santos e São Paulo. A fonte desta lista foi a Federação das Associações Portuguesas e Luso-Brasileiras. (Em tempo: um dos Conselhos paranaenses é da Comunidade Portuguesa e o outro da Comunidade Luso-Brasileira no Estado do Paraná, adiantando-se que no de São Paulo permanecem idênticas denominações, em virtude de haver a Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas – de Lisboa – criado com tal designação os Conselhos "Portugueses", pelo que a maioria das antigas entidades adoptou o título de Comunidades Luso-Brasileiras... protesto silencioso dos portugueses que vivem no Brasil). E um acréscimo final a estas anotações: dos cerca de 20 Elos Clubes fundados no Brasil cremos que nenhum deles se filiou à Federação das Associações. Por conseqüência, o movimento global luso-brasileiro não andará longe das 170 a 200 entidades.
Nos últimos anos, têm sido escassos os estudos sobre a Diáspora Portuguesa no Brasil e é pena que não haja estímulos para historiadores, sociólogos, ficcionistas e poetas ou jornalistas que possam continuar (a seu modo) as obras de João Lúcio de Azevedo, Jaime Cortesão, Fidelino de Figueiredo, Ferreira de Castro, Miguel Torga e de outros autores que tanto prestigiaram a Cultura Portuguesa no Brasil. Por isso, julgamos oportuna a citação do notável estudo de Maria Beatriz Rocha-Trindade (da Universidade Aberta de Lisboa), Portugal-Brasil (Migrações e Migrantes – 1850-1930 (Edições Inapa, Lisboa, 2000).
Que ninguém pergunte se a obra valeu a pena!
Nenhum comentário:
Postar um comentário