segunda-feira, 23 de março de 2009

QUEM MANDOU MATAR O GENERAL E O PRESIDENTE?

Até hoje, ninguém explicou convincentemente os motivos da morte do general Batiste Tagme Waíé, que foi chefe do Estado-Maior das Forças Armadas da Guiné-Bissau, e nem tão pouco do Presidente da República da ex-colónia portuguesa, João Bernardo "Nino" Vieira.

O primeiro foi vítima da explosão de uma bomba e, poucas horas depois, o segundo foi assassinado, poucas horas depois, com outra bomba e tiros de metralhadoradora. Insinuam certos "observadores" que o general Waié seria adversário do presidente "Nino" Vieira, morto por vingança dos apoiantes de Waié, mas não há provas nenhumas dos dois crimes. E o mais provável é que ninguém venha esclarecer o que realmente se passou.

Os dois assassinatos não foram os primeiros e receia-se que não sejam os últimos - o que jamais deveria acontecer tornou-se cada vez mais freqüente, após c excessos cometidos pelos colonialistas do passado. E dizê-lo não é reacionarismo direitista, porque o sovietismo moscovita e de Pequim ou de Havana não foi mais longe porque não teve ao seu dispor dinheiro nem exército.


Os assassinatos de Waié e de "Nino" Vieira não têm explicação e muito menos justificação, conforme pretendem os independentistas africanos e europeus. E a realidade é que houve somente a troca de pessoas. A maioria dos habitantes das 5 ex-colónias portuguesas da África ficou tão dependente como dantes, senão pior, conforme demonstra o exemplo da Guiné-Bissau, cujos chefes atuais são incompetentes e incompatíveis com a Democracia, que só pode ser boa se for inquestionavelmente democrática.

O antigo guerrilheiro "Nino" Vieira chegou ao poder em 1980, em virtude de um golpe de estado e desencadeou uma guerra civil, perdeu-a e fugiu para Portugal, em 1999. Voltou no ano seguinte e ganhou a eleição presidencial de 2005. E sobre ele,comentou Rui Nogueira, n’ O Estado de S. Paulo, que Nino "leva para o túmulo a suspeita de que foi um dos ativos conspiradores que assassinaram (Amílcar) Cabral em Janeiro de 1973, num ataque perpetrado em Conacri" (...)


A Guiné-Bissau é uma das nações mais pobres da África. E os seus 1.700.000 habitantes pertencem às etnias balanta (30%), fulani (30%), mandinga (13%), papel (7%) e mais 16% distribuídos por outras tribos. Quanto às religiões, a divisão vai dos 44,8% de crenças tradicionais aos 40,7% de islamitas e 13,2% de cristãos. Talvez estas percentagens não expliquem tudo, mas revelam a diversidade do país, periodicamente submetido às marés, que tornam improdutivo 1/5do território. O PIB era de US$304 milhões em 2006, totalizando US$75 milhões as exportações e de US$110 milhões as importações.

A situação dos guineenses agrava-se ainda mais grave com ao alerta da ONU, segundo a qual o seu país se tornou, em 2008, um dos maiores centros africanos de distribuição de cocaína da América para a Europa. É possível perguntar se este novo comércio terá alguma relação com os crimes políticos na Guiné-Bissau, mas é evidente que ninguém responderá...

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