terça-feira, 17 de março de 2009

PSEUDÓNIMOS DOS AUTORES DA BEIRA-SERRA

Não fugiram à regra os escritores, artistas e intelectuais da Beira-Serra, tendo sido numerosos aqueles que usaram pseudónimos ou, pelo menos, iniciais – pois, se há homónímos, muitas mais são as iniciais iguais dos vários autores.

É claro que deve ser considerado pseudónimo o nome suposto ou falso que assina um artigo, livro ou qualquer obra de arte. O recurso às iniciais também é frequente. Mas não há que confundir pseudónimo com heterónimo, porque este último é uma criação artística – é, de certo modo, outra personalidade, ao passo que o pseudónimo não é mais do que um disfarce ou denominação de quem não quer divulgar o próprio nome.

Na pesquisa que iniciámos há muitos anos sobre os autores da Beira-Serra, descobrimos numerosos pseudónimos e na consulta ao Dicionário de Pseudónimos e Iniciais de Escritores Portugueses, publicado por Adriano da Guerra Andrade encontrámos algumas dezenas de escritores da nossa região, admitindo que em muitos casos foi uma grande surpresa.

Abrimos a série com uma figura ilustre - o Presidente António José de Almeida, que nasceu em Vale da Vinha (Penacova) e que escreveu diversos livros e muitos artigos, entre os quais Quarenta anos de vida literária e política, utilizando os pseudónimos de “António d´”, “Diógenes”, “João Vaz” e, naturalmente, o seu verdadeiro nome. Trata-se de um livro hoje mal conhecido sobre gente e episódios da nossa 1ª. República, sendo por isso “um documento importante dessa época agitada e obscura da vida social e política portuguesa” (in Dicionário Cronológico de Autores Portugueses, 2º. vol.), bastando lembrar-se que a obra foi prefaciada por Caetano Gonçalves, Joaquim de Carvalho e Hernâni Cidade).

Antes do político, a ordem alfabética sugere-nos um desconhecido “A . N.”, que é o nosso conhecido diplomata e notável escritor Albano Nogueira – um escritor infelizmente “bissexto”, porque publicou muito menos do que seria desejável. E curiosamente assinalamos que houve 1 “Argos” e 5 “Argos” mas cremos que sem nenhuma relação com os arganilenses.

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