O Senador Jarbas Vasconcelos é um dos políticos mais conhecidos do Brasil: representa o PMDB, que foi o combativo na luta contra os militares e foi eleito 2 vezes como Prefeito Municipal de Recife e outras 2 como Governador do Estado de Pernambuco. E não tem papas na língua, conforme acaba de confirmar na entrevista explosiva que acaba de conceder à revista Veja, a mais importante do Brasil, com uma tiragem média superior a 1.200.000 exemplares.
"Boa parte do PMDB quer mesmo é corrupção" – disse claramente, acentuando que certos dos seus colegas de partido disputam cargos governamentais "para fazer negócios, ganhar comissões (...) – a maioria dos peemedebistas especializou-se pelas quais os governos são denunciados: manipulação de licitações, contratações dirigidas, corrupção em geral (...) – boa parte do PMDB quer mesmo é corrupção."
A cúpula ficou irritada com as acusações e alguns dirigentes reuniram-se para discutir a denúncia do senador Jarbas Vasconcelos e punir – ou não - o senador pernambucano, mas os dias passaram e tudo ficou como dantes! O deputado Henrique Eduardo Alves, líder do partido na Câmara Federal de Deputados, disse à imprensa: "É uma incoerência: ele fala tudo isso e fica no partido? Não dá pára entender." Realmente, não dá, mas o parlamentar não foi punido e é evidente que não se pode presumir o que pode acontecer... Nada?
Jornais e revistas comentaram o caso, mas é evidente que a palavra assiste apenas aos dirigentes do Partido do Movimento Democrático, que é o maior do País e preside a 1.313 Prefeituras Municipais, incluindo 6 capitais de Estado, além de 7 Governadores de Estado, 94 deputados federais e 20 senadores da Republica. Na esfera parlamentar é o partido com centenas de vereadores nos 5,565 Municípios dos 26 Estados (a capital, Brasília, tem uma administração específica: é o único Distrito Federal, com 2.557.158 habitantes (estimativa), elegem 1 Governador, 2 senadores, 8 deputados federais e 24 deputados estaduais).
Voltando ao PMDB, acrescentaremos que também somam várias centenas os deputados estaduais. Pois bem, apesar de tantos governadores, senadores, deputados federais e estaduais (destes não dispomos das cifras) e vereadores municipais, o partido que representou a Oposição democrática durante o regime dos militares esteve sempre dividido e hoje vive uma situação paradoxal, pois os seus parlamentares sectoriais, porque muitos deles apoiam o governo do Presidente Lula, conforme é o caso do senador Jarbas Vasconcelos, que defendeu no início a solidariedade a Luís Inácio Lula da Silva – "sem cargos nem benesses". Hoje, porém, mudou de opinião, disse o parlamentar pernambucano à revista "Veja", salientando que, "diante dos sucessivos escândalos, ocorridos no primeiro mandato presidencial, "percebi que Lula não tinha nenhum compromisso com reformas ou com ética". E acrescentou: "O grande mérito de Lula foi não ter mexido na economia. (...) O marketing e o assistencialismo de Lula conseguem mexer com o país inteiro" e que ele fez a opção pela "Bolsa Família" se tornou "o maior programa assistencial de compra de votos no mundo".
Em conclusão, o senador Jarbas Vasconcelos discorda da política praticada pelo presidente Lula e não a recomendará ao PMDB que ajudou a fundar e vai apoiar a candidatura do opositor Josè Serra, atual Governador do Estado de São Paulo: "Acredito muito em Serra e me empenharei em sua candidatura à Presidência."
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